“A casa de escadas” Ideia para livro / filme
- Emersom Franca
- 31 de jul.
- 5 min de leitura

Diziam que num vilarejo esquecido entre montanhas e ventos secos, haviam encontrado algo raro no subsolo. Não era ouro, não era petróleo. Era outra coisa. Brilhava quando tocava a luz. Aquilo parecia vivo.
Foi uma mulher, estrangeira, uma princesa guerreira de outro país, quem cavou o poço, apenas por sede ou saberia ela do tesouro que a terra realmente guardava? A água não veio, mas o chão gemeu, e de dentro surgiu uma casca espessa, dura, que guardava o minério. Um tipo de âmbar que ninguém conseguia quebrar. Até ela mergulhar por baixo da pedra e tirá-la com as próprias mãos. Ninguém entendeu como. Nem ela. Ela pegou a maior parte dos exemplares daquele minério e saiu de volta ao seu país para comunicar o achado.
O governo chegou dias depois. Disseram que o minério era da nação e obrigaram o povo local a trabalhar abrindo outros poços, mas eles pouco sabiam o que e onde procurar. Mesmo com tudo mais uma mina com quantidade ínfima do mineiro foi achada. Deram uma pequena parte à vila. Era migalha. O povo se revoltou.
Quando a princesa voltou, tudo estava calado. As casas queimadas. Os corpos espalhados. Apenas um choro leve entre os escombros: um menino vivo, colado ao corpo sem vida da mãe. Ela quis gritar, mas o som não saiu. E quando os soldados voltaram, ela correu com o menino nos braços, mas não foi longe. Ela lembrou de ver um aldeão vendo ela sair com uma mala, em cima do cavalo, brilhando. Talvez tenha sido quem comunicará ao governo.
Passaram-se anos. O lugar onde tudo aconteceu foi cercado, patrulhado, esquecido por quem podia esquecer. Mas ela, não. Ela continuava viva. Do mesmo jeito. Nem um fio de cabelo a mais. Nem um a menos.
Ela passou o tempo de fora, mas sempre que podia observava o menino. Mas antes de confiar, fez o teste. Soltou o cachorro. O animal foi até ele, se deixou tocar. Ela observava de longe. Se o menino matasse o cão, ela desapareceria para sempre. Mas ele não matou. Sorriu. E acariciou.
Por ser uma área de domínio governamental, ali não havia propriedade privada, então, para pegar confiança do menino ela se mudou para sua residência, dizendo que o governo a mandará se hospedar ali. Eles começaram a viver juntos. Cozinhavam no quintal. A luz batia nas panelas. Ela às vezes ria. Até que os seguranças apareceram. Os mesmos de sempre. Ela mandou que ele não olhasse. Mas ele olhou. E foi aí que a reconheceram. Levaram os dois, torturando-os para descobrir onde se encontrava o tesouro, hora no passado tirado dali.
Um grupo do império o qual a princesa pertencia já estranhava a sua ausência, por medo de mais guerras, ela nunca havia dito de onde tirará as pedras preciosas. Mas os guardiões reais sabiam onde ela estava, porém guardaram segredo, até o momento que sua ausência foi sentida. Foi quando a comitiva chegou.
Imigrantes. Roupas pesadas, toucas de lã. Eles vieram e levaram os dois. Sem perguntas. Viajaram dias até que chegaram a outro país. Levaram-nos para uma casa imensa, cheia de escadas que se bifurcavam como labirintos. Quartos que não seguiam ordem. Portas que davam em lugares impossíveis.
Ela deitou-se no sofá, cansada. Pediu que ele subisse até o quarto 32. Que pegasse algumas roupas. Ele rodou por muito tempo. E quando voltou, ela estava morta. Parecia dormir.
Dias depois, comunicaram ao menino que ele não poderia mais viver daquela forma. O nome dele era conhecido, a história, vigiada. Se quisesse continuar vivo, teria que sumir. Recomeçar. Tornar-se outra coisa. Outra pessoa.
Ele escolheu ser mulher.
Ficou na casa. Viveu. Com o tempo, entendeu o que ela guardava, o que protegiam. Aquele minério, aquela pedra… era fonte de imortalidade. Uma vida inteira num único traço. E ela, que o tinha salvado, agora dormia para sempre. Infelizmente o minério não curava, apenas mantinha a vida.
Ele — agora ela — passou a guardar o que restou. E a esperar que um dia… alguém soubesse onde era o quarto 32.

Origem:
Eu tive um sonho essa noite, eu estava em um país, morando em um conjunto habitacional. Eu lembro de estar em casa, quando chegou um cachorro na porta, eu brinquei com ele e fiz carinho, ele não parecia meu mas sim perdido, logo quando levantei havia uma mulher, ela me disse que agora moraria naquela casa também. Eu fiquei: Ué. Assim do nada? Mas não reclamei. Então começamos a cozinhar. A comida dela parecia cheirar bem, a cozinha ficava próximo a lavanderia, em um lugar aberto. Quando chegou alguns seguranças do local, ela me disse para não olhar para eles,
Mas eu olhei. Parece que ela já havia brigado com eles antes e tinha treta. Eu lembro de pensar, nossa eu nunca nem tinha visto esses seguranças por aqui. Em outra cena eu e ela estávamos trancados, sob vigia. Foi quando chegou um outro grupo de imigrantes, eles vestiam algumas roupas de frio, então nos tiraram dali e nos levaram para um outro local. Eles vestiam algumas toucas meio russas e lembro da afeição dela me lembrar de uma pessoa, até comentei “nossa você me lembra muita tal pessoa”, não tenho certeza mais lembro do nome yoguslavia. Eu lembro de não querer problemas com a justiça, mas já estava ferrado. Quando chegamos nessa casa, que parecia ser a casa dela, pela liberdade que tinha, ela se deitou no sofá, era um local muito chique e tinha até empregados, me pediu para subir até o quarto dela e pegar algumas roupas, havia uma escadas que levava para um monte de quartos. Lembro dela comentar que a avó quis que a casa fosse daquele jeito. Tinha algo como 199 ou 100 dependências, entre cozinha, quartos, escritórios … não lembro ao certo, mas a escada foi o que mais me chamou atenção. O quarto dela era o de número 32. Mas eu lembro de rodar toda a propriedade e não conseguir achar o tal número, alguns números não seguiam uma sequência, com quartos em diferentes lugares, a escada foi o que mais me chegou atenção, pois tinha muitas ramificações e algumas levava para apenas 1 quarto. Lembro que o tempo passou e éramos duas mulheres, lembro de ser uma rua muito chique e ver Fátima e Sueli ( da série tapas e beijos) nos olhando caminhar pela rua. Uma delas até comentou, nossa queria estar de folga hoje para gastar aqui nessa rua cheia de marcas chiques.
Lembro também que antes disso estávamos em um lugar e tentávamos tirar algo como âmbar, mas era diferente: havia um poço grande no chão e em cima uma dura casca, alguns de nós tentam extrair parte por parte com uma picareta, algumas pessoas subiam em cima e tentavam quebrar. Nada. Foi quando uma moça decidiu mergulhar por de baixo dessa pedra, eu fiquei meio apreensivo, mas ela foi por baixo e tirou aquela pedra. Lembro que nunca tinha visto aquela forma de se trabalhar. Lembro de uma cena futura ficar apenas com uma pequena parte do produto final, que agora parecia com cristais. Eu lembro de elogia-lá para os “donos” do produto e ressaltar a sua técnica, lembrei também da bravura de uma outra colaboradora
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