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Fake news e o envelhecimento digital: Pode as Fake News estarem impactando a expectativa de vida dos brasileiros?


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A sociedade contemporânea assiste a uma digitalização acelerada das relações sociais, do consumo de informação e das práticas institucionais. Nesse cenário, a população idosa encontra-se em posição de vulnerabilidade não apenas física e econômica, mas também informacional. A disseminação de fake news — informações falsas ou distorcidas com forte apelo emocional e alcance viral — tem causado danos significativos à saúde mental e à segurança da população da melhor idade, dados empíricos. A pergunta que fica é: estaria a expectativa de vida desse público também em risco?


A expectativa de vida, entendida não apenas como projeção biológica, mas como percepção subjetiva de futuro, sentido e pertencimento, pode ser diretamente afetada por um ecossistema informacional tóxico. Quando bombardeados por notícias alarmistas, teorias conspiratórias e conteúdos manipulativos sobre saúde, segurança, política ou pandemia, muitos idosos desenvolvem quadros de ansiedade, medo constante, isolamento social e, em casos mais graves, depressão. A confiança no mundo, nas instituições e até nas relações familiares é abalada por um fluxo de dados que simula legitimidade, mas está alicerçado na mentira e no sensacionalismo.


As fake news atingem a população idosa de forma ainda mais contundente porque muitos desses indivíduos não foram alfabetizados digitalmente com criticidade. A familiaridade com a tecnologia é, em geral, recente, funcional e marcada por práticas passivas de consumo de informação. A ausência de políticas públicas de letramento digital voltadas especificamente a esse grupo agrava esse panorama, colocando-o em risco não apenas de desinformação, mas de manipulação emocional, estelionato digital, medicalização imprópria e uso indevido de dados.


Precisa-se desenvolver maiores estudos onde seja possível sustentar uma correlação direta entre a exposição prolongada a conteúdos desinformativos e o declínio do bem-estar subjetivo entre idosos e o impacto em sua expectativa de vida. Acredita-se que esse declínio não é resultado apenas das informações recebidas, mas do modo como essas informações atuam nos circuitos emocionais e cognitivos de um público que, muitas vezes, já convive com perdas, limitações físicas, memórias dolorosas ou ausência de suporte intergeracional. O medo disseminado pelas fake news adquire contornos paralisantes.


Diante disso, o papel do Estado deve ser o de mediador ético entre o progresso tecnológico e o direito à informação segura. Políticas públicas devem ser construídas a partir da escuta ativa da população idosa, considerando suas necessidades, capacidades e contextos socioculturais. Iniciativas como centros comunitários digitais, capacitações regulares para o uso de redes sociais, programas de rádio e TV com curadoria de informação confiável e acessível, além de campanhas multicanal de combate à desinformação, são passos fundamentais. A criação de núcleos de apoio psicossocial especializados em lidar com os efeitos emocionais da desinformação entre idosos também se torna urgente, assim como a inclusão desse tema nas agendas da saúde pública e da assistência social.


A responsabilidade pela proteção digital da população idosa não deve recair apenas sobre as famílias ou os próprios indivíduos. É dever do poder público garantir que o envelhecimento não seja marcado pelo medo, pela dúvida ou pela exclusão tecnológica. Ao investir em educação midiática, acesso digital com tutoria e canais institucionais de denúncia e verificação, o Estado fortalece a cidadania, promove a saúde mental e reafirma a dignidade da velhice.


A ciência social, aliada à psicologia, à saúde coletiva e à ciência da informação, deve continuar monitorando, analisando e propondo estratégias para que o ambiente digital seja um espaço seguro, plural e inclusivo — também para quem chegou mais tarde a ele. Envelhecer com dignidade, afinal, é também envelhecer com direito à verdade, à confiança e à conexão humana autêntica.

 
 
 

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