Jornada 6x1: Impactos Ambientais e a Urgência por Práticas Sustentáveis e Humanizadas
- Your Tutor TCC
- 20 de nov. de 2024
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A adoção da jornada de trabalho 6x1, em que o trabalhador desempenha atividades seis dias consecutivos com apenas um de descanso, levanta questões não apenas sobre direitos humanos e sociais, mas também sobre impactos ambientais. Essa prática, muitas vezes associada a setores industriais e de serviços, contribui significativamente para o aumento da pegada de carbono, uma métrica fundamental para avaliar a sustentabilidade de empresas e processos. A necessidade de deslocamentos frequentes, muitas vezes em trajetos longos e mal otimizados, gera emissões contínuas de gases de efeito estufa, agravando os problemas relacionados à poluição e às mudanças climáticas. Em um contexto onde consumidores e investidores estão cada vez mais atentos a práticas corporativas sustentáveis, empresas que insistem em formatos desgastantes como o 6x1 podem ser vistas como obsoletas e desalinhadas com as demandas contemporâneas.
A pegada de carbono gerada por deslocamentos diários dos trabalhadores, especialmente em regiões onde o transporte coletivo é insuficiente ou ineficaz, é um ponto crítico. Isso implica um aumento da emissão de dióxido de carbono, principalmente quando veículos individuais são o principal meio de transporte. Nesse cenário, surge a necessidade de se pensar em uma taxa de deslocamento ambientalmente consciente, que incentive empresas a repensarem seus processos e a otimizarem horários e jornadas de modo a reduzir impactos ambientais. Tal taxa poderia, por exemplo, ser direcionada para a manutenção e ampliação de sistemas de transporte público mais sustentáveis, contribuindo para uma mobilidade urbana eficiente e menos prejudicial ao meio ambiente.
Além disso, é essencial discutir a criação de um tributo ambiental que incida sobre empresas que mantêm jornadas de trabalho com alto impacto ambiental. Esse tributo poderia financiar contrapartidas ecológicas, como o plantio de árvores, a criação de ciclovias e a implementação de políticas para neutralização de carbono. A ideia não é apenas penalizar, mas estimular práticas corporativas que conciliem produtividade com preservação ambiental. Empresas que implementarem soluções sustentáveis, como o trabalho remoto parcial, escalas mais flexíveis ou sistemas de transporte compartilhado, poderiam ser beneficiadas com reduções tributárias, criando um ciclo virtuoso para a sociedade e para o planeta.
Por outro lado, a jornada 6x1 também exige uma reflexão sobre seus impactos na vida dos trabalhadores e de suas famílias. Longas jornadas somadas a deslocamentos exaustivos reduzem o tempo disponível para convivência familiar, lazer e descanso, gerando efeitos colaterais sobre a saúde mental e física do trabalhador. Nesse sentido, um aumento real no salário de quem trabalha em escalas tão intensas deve ser implementado como forma de compensação e valorização. Esse reajuste não seria apenas financeiro, mas um reconhecimento da necessidade de garantir condições mínimas para que o trabalhador possa exercer seu direito à vida familiar e ao descanso, previstos na Constituição Federal.
Portanto, a adoção de jornadas como o 6x1, sem o devido cuidado com os impactos ambientais e sociais, coloca em xeque a reputação de empresas que buscam atender a uma sociedade cada vez mais consciente. Repensar esses modelos de trabalho é fundamental para atender à demanda por melhores processos, tanto do ponto de vista ambiental quanto humano. A criação de tributos ambientais, taxas de deslocamento e políticas de compensação salarial se tornam medidas urgentes para garantir a sustentabilidade das empresas e a dignidade dos trabalhadores. Afinal, o futuro do mercado está diretamente ligado à capacidade das organizações de se alinhar a valores que preservem tanto o meio ambiente quanto a qualidade de vida das pessoas.
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