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Autonomia do Assistente Social: O Desafio das Políticas Públicas no Brasil

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A autonomia do assistente social no Brasil é um tema de grande relevância no contexto das políticas públicas, especialmente diante das crescentes demandas sociais e das limitações estruturais que comprometem sua atuação. O Serviço Social, enquanto profissão regulamentada pela Lei nº 8.662/1993, tem como base princípios éticos voltados à garantia de direitos e à promoção da justiça social. No entanto, na prática, muitos profissionais enfrentam desafios que restringem sua independência e comprometem a efetividade de seu trabalho. A formulação de políticas públicas que fortaleçam essa autonomia se torna essencial para assegurar que os assistentes sociais possam atuar com base em seus princípios sem interferências políticas, institucionais ou econômicas que limitem sua ação.


Atualmente, uma das principais limitações enfrentadas pelo assistente social está na vinculação hierárquica e burocrática às instituições empregadoras, sejam elas públicas ou privadas. Em muitos casos, há pressões para que o profissional atue de maneira alinhada a interesses que nem sempre correspondem à garantia de direitos da população atendida. Além disso, a falta de recursos adequados e a sobrecarga de trabalho dificultam a execução de um serviço qualificado, fazendo com que a profissão seja exercida muitas vezes em condições precárias. O desprestígio da categoria em algumas instâncias de gestão pública contribui para que suas recomendações técnicas sejam ignoradas, o que compromete a qualidade do atendimento social.


O panorama geral do Serviço Social no Brasil reflete um cenário de desafios estruturais que exigem uma abordagem política mais incisiva. A autonomia do assistente social não pode ser vista apenas como um princípio teórico, mas como uma necessidade concreta para o funcionamento adequado das políticas sociais. Um dos caminhos para garantir essa independência é a implementação de mecanismos institucionais que protejam o profissional de interferências externas, como a criação de conselhos consultivos compostos por especialistas da área, a garantia de participação ativa na formulação e avaliação de políticas públicas e a definição de normativas que impeçam a instrumentalização da profissão para fins alheios ao seu propósito. Além disso, é fundamental o fortalecimento de programas de capacitação contínua e a ampliação dos recursos destinados ao setor, possibilitando condições adequadas para o exercício profissional.


O fortalecimento da autonomia do assistente social também passa pelo reconhecimento do seu papel estratégico dentro do contexto das políticas públicas. No Brasil, a atuação desses profissionais é indispensável para a efetivação de programas sociais voltados para populações vulneráveis, como idosos, crianças, pessoas com deficiência e comunidades em situação de risco. Entretanto, a falta de um respaldo legal mais sólido para garantir sua independência na tomada de decisões técnicas resulta na desvalorização do seu trabalho e na fragilidade das intervenções realizadas. O reconhecimento da importância do assistente social deve ir além do discurso político e se materializar em ações concretas que garantam sua liberdade de atuação, o que inclui não apenas a formulação de leis mais rigorosas, mas também a mudança na cultura institucional que muitas vezes subestima sua importância dentro das equipes multidisciplinares.


Diante desse contexto, a formulação de políticas públicas voltadas para a autonomia do assistente social se apresenta como um imperativo para a consolidação de um sistema de proteção social eficiente e ético. Para que isso ocorra, é necessário um esforço conjunto entre órgãos governamentais, entidades representativas da categoria e a sociedade civil, de modo que a profissão seja fortalecida e protegida contra pressões externas que possam comprometer sua função social. A defesa da autonomia do assistente social é, acima de tudo, a defesa da qualidade e da imparcialidade no atendimento às demandas sociais, garantindo que os direitos da população sejam assegurados sem interferências que possam distorcer os princípios fundamentais da profissão.

 
 
 

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